Aplicação de revestimentos comestíveis na conservação de acerolas

Autores

  • Ricardo Patrese Jorge Repolho Univesidade Federal do Oeste do Pará, Campus Santarém, PA.
  • Wendel da Costa Oliveira Univesidade Federal do Oeste do Pará, Campus Santarém, PA.
  • Alexandre Pinto de Carvalho Univesidade Federal do Oeste do Pará, Campus Santarém, PA.
  • Alex Guimarães Sanches Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Campus Jaboticabal
  • João Thiago Rodrigues de Sousa Universidade federal do Oeste do Pará, UFOPA, Campus Santarém.

DOI:

https://doi.org/10.5935/PAeT.V12.N2.05

Palavras-chave:

Fisiologia pós-colheita, Fitotecnia, Produção vegetal

Resumo

A acerola é um fruto tropical reconhecido por seu elevado valor nutricional, contudo, a alta perecebilidade após a colheita motivada por seu comportamento climatérico requer técnicas de conservação que permitam a manutenção de sua qualidade durante o período de armazenamento. Os revestimentos comestíveis, nesse contexto, apresentam-se como alternativas uma vez que formam barreiras sobre os frutos restringindo as trocas gasosas, melhorando o aspecto visual sem comprometimento com o sabor dos frutos. Assim, este estudo tem por objetivo avaliar a aplicação de revestimentos comestíveis sobre a qualidade pós-colheita de acerolas cv. Costa Rica durante o armazenamento refrigerado (10 ºC). Frutos de acerolas maduras foram colhidos em pomar comercial, sanitizados e imersos em três soluções (3%) de revestimento com amido de mandioca, amido de araruta e gelatina, além do controle representado pelos frutos sem revestimento por um período de 3 minutos. Em seguida, estes foram secos e acondicionados em bandejas de isopor de poliestireno revestidas com filme plástico de polipropileno (PVC) e armazenados em refrigerador (10 ºC) por 12 dias. A cada três dias foram avaliados a perda de massa fresca (%), conteúdo de sólidos solúveis totais (º Brix), acidez titulável (% ácido málico), pH, relação de SST/AT além de análise sensorial sobre a ocorrência de murchamento, aparência visual e o aroma dos frutos. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial de 4x5, isto é, (4 tratamentos: controle, fécula de mandioca, fécula de araruta e gelatina) e (5 tempos de armazenamento: 0, 3, 6, 9 e 12 dias), com cinco repetições e a parcela experimental composta por bandejas de 100 g. Ao longo do período de armazenamento não houve diferença significativa entre os revestimentos utilizados, todavia, sua ação sobre os frutos contribui para reduzir a perda de massa fresca  e possibilitar um melhor balanço na relação de sabor  dos frutos (SST/AT) após 12 dias. As películas formadas sobre os frutos não comprometeram a qualidade química (sólidos solúveis, acidez titulável e pH) mantendo comportamento semelhante aos frutos do tratamento controle. Além disso, houve redução na incidência de murchamento e na perda do aroma característico dos frutos contribuindo para uma melhor aparência visual. Dessa forma, os revestimentos comestíveis a base de amido de mandioca e araruta e gelatina apresentam-se como alternativas eficazes na preservação da qualidade de acerolas durante o armazenamento refrigerado.

Biografia do Autor

Ricardo Patrese Jorge Repolho, Univesidade Federal do Oeste do Pará, Campus Santarém, PA.

Engenheiro Agrônomo

Wendel da Costa Oliveira, Univesidade Federal do Oeste do Pará, Campus Santarém, PA.

Engenheiro Agrônomo

Alexandre Pinto de Carvalho, Univesidade Federal do Oeste do Pará, Campus Santarém, PA.

Engenheiro Agrônomo

Alex Guimarães Sanches, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Campus Jaboticabal

Engenheiro Agrônomo, Doutorando em Agronomia (Produção Vegetal), experiência em Fisiologia Pós-colheita.

João Thiago Rodrigues de Sousa, Universidade federal do Oeste do Pará, UFOPA, Campus Santarém.

Prof. Dr. Adjunto, experiência em Manejo de Agroecossistemas

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Publicado

07-01-2020

Edição

Seção

Artigos