Avaliação in-vivo do fermentado botânico de Ilex paraguariensis frente ao fungo Sclerotinia sclerotiorum no cultivo de alface crespa
Palavras-chave:
Controle alternativo, Sustentabilidade, Antifúngico.Resumo
Sclerotinia sclerotiorum é considerado um dos patógenos mais importantes do mundo, pois afeta um vasto número de hospedeiros. O controle deste patógeno nas diversas culturas é limitado em função de sua capacidade de formar estruturas de resistência (escleródios) que garantem sua sobrevivência no solo mesmo em condições desfavoráveis. Assim, o objetivo deste trabalho, foi determinar in-vivo o efeito do fermentado botânico de Ilex paraguariensis sobre Sclerotinia sclerotiorum, frente a mortandade de plântulas de alface cultivadas em vaso. O fermentado botânico foi produzido com 1,5 L de água não tratada e 500 g da planta triturada, a fermentação ocorreu de maneira espontânea, mantendo-se a mistura em ambiente escuro até cessar a fermentação. Após, a calda foi filtrada e misturada com água destilada nas concentrações de 20% e 40%. Os tratamentos utilizados foram T1: somente patógeno; T2: preventivo (5 h antes da inoculação do fungo e somente 1 aplicação); T3: curativo (5h após a inoculação do fungo, aplicação semanal, no período de 3 semanas); T4: somente água. Foram utilizadas 30 plantas para cada tratamento. Depois de 50 dias de experimento, 70% das plantas do T1, morreram. E todas as alfaces (tratadas com 40% do fermentado) tanto do T2, quanto do T3 e T4 se mostraram sadias. Foi realizada a pesagem da planta e medido o crescimento radicular das sobreviventes. As alfaces do T2 apresentaram 68 g e 30 cm. No T3, o peso da planta foi de 57 g para concentração 20% e 70 g em 40%. Estes resultados sugerem que o fermentado de I. paraguariensis poderão ser utilizados no controle do fitopatógeno S. sclerotiorum da alface e ainda agir como um indutor de crescimento da referida hortaliça.
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