ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO O TESTEMUNHO DE PRIMO LEVI EM “É ISTO UM HOMEM?”
Palavras-chave:
discurso, Holocausto, memória, , testemunho, imaginárioResumo
Filiados à Análise do Discurso, teoria que ancora e sustenta nossas tomadas de posição, mobilizamos conceitos de Pêcheux (2014), Orlandi (2015) e Venturini (2009), para o trabalho discursivo do sujeito, o funcionamento da memória e o discurso que sustenta o ‘ser homem’. O objeto de análise é a obra É isto um homem, de Primo Levi (2013), e, a partir desse objeto buscamos o efeito de realidade produzido pelo discurso, que transita entre o real e o imaginário, instaurando efeitos de sentido de que o acontecido se contrapõe ao imaginário. Levi, sobrevivente do Holocausto, presenciou e vivenciou o genocídio e o seu texto se constitui pelo olhar de testemunha, inscrita na formação discursiva dos judeus. A obra apresenta uma ‘versão’ do Holocausto vivenciada por um prisioneiro/sobrevivente em campos de concentração. Levi a partir de um presente ‘julga’ que o vivido deve contribuir para “um estudo mais sereno de alguns aspectos da alma humana” (LEVI, 2013, p. 4).
