“NO TEMPO DOS GREGOS ERA NORMAL”: DAS CONFISSÕES DA CARNE AO USO DOS PRAZERES

Autores

  • João Kogawa Universidade Federal de São Paulo.

Palavras-chave:

Análise do Discurso, Discurso Cristão, História da sexualidade, Discurso Pagão.

Resumo

Este artigo analisa alguns argumentos desenvolvidos por Foucault em sua História da sexualidade com o objetivo de problematizar uma suposta verdade, a saber, que no tempo dos gregos a homossexualidade era livre. A sustentação desse discurso apoia-se em duas evidências: (i) a da ruptura radical entre o pensamento grego e o cristão; (ii) a consequente tese de que não havia preconceito contra a prática homossexual – ou seu descrédito  – no pensamento grego. Deriva daí uma ideologização que apaga, no discurso pagão, o preconceito contra o efeminado e a valorização da homossexualidade como antinatural, tornando essas ideias criação exclusiva do discurso cristão. Dizer “no tempo dos gregos era assim” para defender uma existência sexual sem normas carece, ao menos desde Foucault, de sustentação sem equívocos. O conservadorismo, nesse sentido, não é uma invenção cristã.

Biografia do Autor

João Kogawa, Universidade Federal de São Paulo.

Professor do Departamento de Letras e do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo. Coordenador do Grupo de Pesquisa Semiologia & Discurso.

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Publicado

28-10-2021

Como Citar

Kogawa, J. (2021). “NO TEMPO DOS GREGOS ERA NORMAL”: DAS CONFISSÕES DA CARNE AO USO DOS PRAZERES. Revista Interfaces, 28–38. Recuperado de https://revistas3.unicentro.br/index.php/revista_interfaces/article/view/6934

Edição

Seção

Artigos