Tempo e memória em Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector
Palavras-chave:
Clarice Lispector, Narrativa, Memória, Tempo.Resumo
No século XX, as formas de constituição de narrativas sofreram significativas modificações, sobretudo no que diz respeito a configurações específicas do tempo cronológico utilizado que, contrapondo-se à linearidade do romance do século XIX, foi retrabalhado, dando lugar à fusão do passado, presente e futuro, técnica conhecida como fluxo de consciência , situada no âmbito da memória dos personagens, dentre outros recursos de subjetivação intimamente ligados ao tempo psicológico. O presente artigo visa propor uma discussão, através da análise do romance Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector, a respeito da temporalidade visando comprovar como a preocupação existencial e mística dos personagens é apresentada na oscilação entre os momentos atemporais e o tempo cronológico ao qual elas estão inevitavelmente presas.
DOI: 10.5935/2179-0027.20170014