A importância do centro de comercialização de produtos da agricultura familiar de Pitanga/Pr para a emancipação e protagonismo das agricultoras e feirantes<p>The importance of the commercialization center for family farming products in Pitanga/Pr for the emancipation and protagonism of farmers and market traders
Palavras-chave:
Agricultura-Familiar, Feiras-livres, MulheresResumo
A agricultura familiar no Brasil é fundamental para a reprodução socioeconômica das famílias e segurança alimentar da população. A comercialização de produtos por meio dos circuitos curtos promove a inclusão social das agricultoras e dos agricultores. Esse modelo de produção e comercialização também é muito importante para o desenvolvimento econômico dos pequenos municípios e do espaço rural. Atualmente no Brasil, existem cerca de 5.119 feiras-livres, das quais 624 são especializadas em agricultura orgânica e Agroecologia, em que, a maioria delas fica localizada em municípios com população inferior a 50 mil habitantes. Os circuitos curtos são importantes para que as mulheres atuantes se reconheçam como agentes da produção. O estudo foi realizado no município de Pitanga/PR, que fica localizado na latitude 24 º 45 ' 10 '' S longitude 51 º 45 ' 47 ''. O Centro de Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar de Pitanga foi criado em 2014. O objetivo do presente artigo foi analisar qual a importância do Centro de Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar do município de Pitanga, PR, para as mulheres agricultoras, nos aspectos econômicos e sociais. A pesquisa é do tipo descritiva e no levantamento de campo foi utilizado um roteiro semi-estruturado. As entrevistadas possuem perfis diferentes de produção, comercialização e percepções. Observa-se, que por meio do trabalho as mulheres conquistam emancipação financeira, melhores condições de estudo para os filhos, alteração na dinâmica de produção familiar, reduz o processo de masculinização do campo, o desvencilhamento da esfera doméstica e a participação em movimentos.
Referências
ADELMAN, Miriam. As mulheres no mundo equestre: forjando corporalidades e subjetividades ‘diferentes’. Revista Estudos Feministas, v. 19, p. 931–54. 2011. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2011000300015. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2011000300015. Acesso em: 16 out. 2021.
ARTACKER, Tamara; Alejandra Santillana; CASTRO, Belén Valencia. E nel centro la vida: mujeres rurales tejiendo cuidado y movilización. 2020. Disponível em: https://www.clacso.org/en-el-centro-la-vida-mujeres-rurales-tejiendo-cuidado-y-movilizacion/?fbclid=IwAR2yzWduNu8jnrLVlSNFLq3sOV6SVP958JbLSagj1odXYZdki. Acesso em: 11 nov. 2021.
BARBOSA, Lucyana Oliveira et al. Liderança feminina em contexto de economia solidária–o caso da feira agroecológica e cultural de mulheres no Butantã. Conjecturas, v. 22, n. 2, p. 613-636. 2022.
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social. Mapeamento de segurança alimentar e nutricional nos estados e municípios: resultados preliminares. 2014.
BRASIL. Obter Certificação de Produtos Orgânicos - Produção Primária Vegetal (PPV). Ciência e Tecnologia: Fiscalização. Certificados e Certificações. Disponível em: Disponível em: https://www.gov.br/pt-br. Acesso em: 15 fev. 2022.
CADÓ, Iriana Lima; DA COSTA FURNO, Juliane. Mulheres frente à recessão econômica e a austeridade: uma interpretação da economia feminista. Textos de Economia, v. 23, n. 1, p. 1-30, 2020.
CAMINHAS, Ana Margarida Theodoro. As Feiras Agroecológicas, a Segurança Alimentar e o Protagonismo Feminino nos Quintais Produtivos da Agricultura Familiar: A Contribuição para a Prática da Agenda 2030. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 1, p. 4184-4200. 2022.
CESIT, Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho. Mulheres: mundo do trabalho e autonomia econômica. 2017, Disponível em: https://www.cesit.net.br/wp-content/uploads/2017/11/Caderno-5-web.mudan%C3%A7as%20paradigm%C3%A1tica. Acesso em: 5 set. 2021.
CUNHA, Maria Aparecida Fernandes Viana; PARENTE, Temis Gomes. Na antessala da divisão sexual do trabalho: mulheres reassentadas e a aplicabilidade dos programas institucionais. Humanidades & Inovação, v. 8, n. 39, p. 240-255, 2021. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/5456. Acesso em 12 nov. 2021.
DELPHY, Christine. Agriculture et Travail Domestique : La Réponse de La Bergère à Engels. Nouvelles Questions Féministes, n. 5, p. 2–17, 1983. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/40619864. Acesso em: 24 set. 2021.
DELPHY, Christine. Patriarcado (teorias do). In: HIRATA, Helena; LABORIE, Françoise; LE DOARÉ, Hélène; SONOTIER, Danièle (orgs.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
DUARTE, Nádia. Mulheres no contexto pandêmico: trabalhos relacionados ao cuidado, divisão sexual do trabalho e Covid-19. SCIAS. Direitos Humanos e Educação, v. 4, n. 1, p. 107-128, 2021. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/sciasdireitoshumanoseducacao/article/view/5486/360. Acesso em: 12 nov. 2021.
FACCIN, Rodrigo Duarte. Percepções femininas sobre a participação em Feira Livre. Brazilian Journal of Development, 7. 4. 2021.
FOUGEYROLLAS-SCHWEBEL, Dominique. Trabalho doméstico. Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Editora Unesp, p. 257-262, 2009.
FARIA, Nalu; MORENO, Renata. Cuidado, trabalho e autonomia das mulheres. Cadernos Sempreviva, São Paulo, SP, 2010.
FERNANDES, Taize Dos Santos, et al. Dimensões do empoderamento feminino: autonomia ou dependência? Revista Alcance, vol. 23, no 3, p. 391–413, 2016.
GONÇALVES, Raquel Quirino; GUIMARÃES, Soraia de Mello. Relações de gênero e divisão sexual do trabalho no meio rural: interlocuções com o movimento social “marcha das margaridas”. Revista Brasileira de Educação do Campo, v. 2, n. 1, p. 231-251, 19 abr. 2017. Universidade Federal do Tocantins. http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2017v2n1p231.
HEINEN, Jacqueline. Políticas sociais e familiares. In: HIRATA, Helena; e outras. (org.). Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo: Editora UNESP, p. 190, 2009.
HÉRITIER, Françoise. Antropologia de Corpos e Sexos. [Entrevista cedida a] Renato Sztutman e Silvana Nascimento, Revista de Antropologia, vol. 47, n. 1, p. 235–266, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ra/a/NmPxwLLFcfTQkrfXm6ytbgM/?lang=pt. Acesso em: 27 set. 2021.
HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de pesquisa, v. 37, p. 595-609, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/cCztcWVvvtWGDvFqRmdsBWQ/abstract/?lang=pt. Acesso em: 10 out. 2021.
HIRATA, Helena; ZARIFIAN, Philippe. Trabalho (conceito de). Dicionário crítico do feminismo, p. 251-255, 2009.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Panorama do Município de Pitanga, Paraná. IBGE Cidades. 2020.
IPARDES, Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Caderno Estatístico: Município de Pitanga. Cadernos. 2022.
LEITE, Andressa Beatriz; POLLI, Henrique Quero. Agricultura Orgânica no Brasil com enfoque na Agricultura Biodinâmica. Revista Interface Tecnológica, v. 17, n. 1, p. 417-430, 2020.
LINS, Adeilson Batista. MÉTODO QUALITATIVO NA PESQUISA ACADÊMICA. Revista Primeira Evolução, v. 1, n. 14, p. 17-24, 2021.
LISBOA, Teresa Kleba. Empoderamento de mulheres e participação na gestão de políticas públicas. Fazendo gênero 8. Corpo, Violência e Poder, Florianópolis, 2008. Disponível em: http://www.wwc2017.eventos.dype.com.br/fg8/sts/ST11/Teresa_Kleba_Lisboa_11.pdf. Acesso em: 30 set. 2021.
MACHADO, Débora; COSTA, Maria Luisa Walter; DUTRA, Delia. Outras Epistemologias para os Estudos de Gênero: feminismos, interseccionalidade e divisão sexual do trabalho em debate a partir da América Latina. Revista de Estudos e Pesquisas Sobre As Américas, Brasília DF, v. 12, n. 3, p. 229-248, 20 dez. 2018. Revista de Estudos e Pesquisas Sobre as Américas. http://dx.doi.org/10.21057/repamv12n3.2018.30554. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/repam/article/view/20997. Acesso em: 12 nov. 21.
MAKARAN, Gaya et al. Disputar La Autonomía: Estado Plurinacional de Bolivia y Resistencias Indígenas. Movimientos Indígenas y Autonomías en América Latina: Escenarios de Disputa y Horizontes de Posibilidad, CLACSO, p. 33–68, 2018. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/j.ctvtxw2sh.5. Acesso em 21 out. 2021.
MAZIERO, Celí et al. O lazer como fator de permanência e reprodução social no meio rural: estudo do município de Saudade do Iguaçu, PR. Interações (Campo Grande), v. 20, p. 509-522, 2019.
MELO, Marlene Catarina de Oliveira Lopes; LOPES, Ana Lúcia Magri. Empoderamento de mulheres gerentes: a construção de um modelo teórico de análise. Gestão & Planejamento-G&P, v. 13, n. 3, 2013.
NOGUEIRA, Cláudia Mazzei. As relações sociais de gênero no trabalho e na reprodução. Revista Aurora, v. 3, n. 2, 2010. Acesso em: 28 set. 2021.
NUNES, Ginete Cavalcante; NASCIMENTO, Maria Cristina Delmondes; DE ALENCAR, Maria Aparecida Carvalho. Pesquisa científica: conceitos básicos. Id on Line Revista de Psicologia, v. 10, n. 29, p. 144-151. 2016.
OLIVEIRA, Margarita. Divisão sexual do trabalho, pobreza do tempo e mercado de trabalho brasileiro: uma análise a partir da economia feminista. Jul-2021. Vídeo (104 min.). Publicado no canal do Youtube do Programa de Pós Graduação em Economia – UFF. Disponível em: https://www.Youtube.com/watch?v=hVE_UAKU6Io. Acesso em: 12 nov. 2021.
ONU, Organização das Nações Unidas. “Fome é uma ameaça. É uma realidade”, afirma o chefe humanitário da ONU. ONU NEWS. Perspectiva Global Reportagens Humanas. 2021.
PADILHA, Nilson et al. A contribuição do PNAE para o desenvolvimento rural sustentável no município de Pitanga–PR. Brazilian Journal of Development, v. 4, n. 7, p. 4351-4365. 2018.
PEREIRA, Viviane; BRITO, Tayrine; PEREIRA, Samanta. A feira-livre como importante mercado para a agricultura familiar em Conceição do Mato Dentro (MG). Revista Ciências Humanas, v. 10, n. 2, 2017.
PITANGA. Lei Municipal Nº 1866 de 21 de agosto de 2014. Dispõe sobre a criação e o funcionamento da Central de Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar de Pitanga - CCPAF e dá outras providências. Diário Oficial da União. Pitanga, PR. 2014.
ROVER, Oscar José; DAROLT, Moacir Roberto. Circuitos curtos de comercialização como inovação social que valoriza a agricultura familiar agroecológica. In: DAROLT, Moacir Roberto; ROVER, Oscar José. Circuitos curtos de comercialização, agroecologia e inovação social. Florianópolis, Sc: Estúdio Semprelo, 2021. p. 19-44;
SANTOS, Zilda Joaquina Cohen Gama dos. et al. Elas no poder: economia solidária e participação feminina na Feira da Agricultura Familiar da UFOPA. NAU Social, v. 13, n. 24, p. 1055-1072. 2022.
SALVARO, Giovana Ilka Jacinto; ESTEVAM, Dimas de Oliveira; FELIPE, Daiane Fernandes. Mulheres em cooperativas rurais virtuais: reflexões sobre gênero e subjetividade. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 34, p. 390-405, 2014.
SCHNEIDER, Sérgio. A pluriatividade no meio rural brasileiro: características e perspectivas de investigação. In: GRAMMONT, Hubert Carton de; MARTINEZ VALLE, Luciano. La pluriactividade nel campo latino americano. 1. ed. Editora Flacso- Série FORO, v.1, Quito, Equador, 2009, p.132-161.
SILVA, Alessandra Keilla et al. Autonomia feminina no meio rural: desafios frente à modelagem social patriarcal. 2020.
SILVA, Thiago Henrique Costa et al. O DISCURSO DO AGRONEGÓCIO E DA AGRICULTURA FAMILIAR E O CARÁTER EXCLUDENTE DAS POLÍTICAS AGRÁRIAS. Revista de Direito Agrário e Agroambiental, v. 4, n. 1, p. 1-17, 2018.
SILVA, Danielle Viturino da; BORGES, Janice Rodrigues Placeres. As feiras-livres da agricultura familiar em Arapiraca, Alagoas, Brasil. Raízes: Revista de Ciências Sociais e Econômicas, v. 40, n. 1, p. 84-101. 2020.
SILVA, Parley Lopes Bernini da et al. Empreendedorismo social: estudo das representações das mulheres artesãs de Barbacena-MG. Ágora: revista de divulgação científica, v. 27, p. 23-44. 2022.
SORJ, Bila; FONTES, Adriana. O care como um regime estratificado: implicações de gênero e classe social. In: Hirata, Helena; Guimarães, Nadya Araujo. Cuidado e cuidadoras: As várias faces do trabalho do care. Editora ATLAS S.A., São Paulo, SP, 2012. p.103-116. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/346008/mod_resource/content/0/Encontro%2011%20-%20SORJ.%20O%20care%20como%20regime%20estratificado.pdf. Acesso em: 30 set. 2021.
TOMAZINI, Cecilia Eduarda Gnoatto; KIYOTA, Norma; QUINAGLIA, Giovana Diniz Pinto. A construção social dos mercados: confiança e reciprocidade em circuitos curtos de comercialização. COLÓQUIO-Revista do Desenvolvimento Regional, v. 19, n. Edição Especial 1 (SOBER). p. 167-190. 2022.
VALADÃO, Franciele Aparecida. A lesbianidade e a divisão sexual do trabalho no Assentamento rural 25 de Julho no estado de Santa Catarina. Revista Pegada, v. 20. n.1, jan-abri 2019. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/article/viewFile/6390/pdf_1. Acesso em 12 nov. 2021.
VERANO, Thiago de Carvalho; MEDINA, Gabriel. Feiras que promovem a inclusão de agricultores familiares em cadeias curtas de comercialização. Estudos Sociedade e Agricultura, v. 29, n. 1, p. 197-218. 2021.
Publicado
Edição
Seção
Licença
O(s) Autor(es) que publica(m) nesta revista concorda(m) com os termos da declaração a seguir.
Estes termos ficam aceitos no momento em que finalizam os itens do processo da submissão do trabalho, em que o(s) autor(es) dão por verdadeiro:
1. Declara(m) que é (são) proprietário(s) exclusivo(s) e titular(es) dos direitos autorais do conteúdo submetido a ser editado e que nessa qualidade cede, gratuitamente os direitos decorrentes da primeira edição e publicação à editora da Universidade Estadual do Centro-Oeste – Editora UNICENTRO (EDUNI), através da Revista Capital Científico (RCCe) com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, permitindo o compartilhamento do conteúdo com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Dessa maneira, autoriza(m) a EDUNI, através da RCCe a publicação desse conteúdo nos meios impresso e eletrônico, também para comunicação ao público, incluindo a exibição pública, reprodução por qualquer processo, incluindo a digitalização, distribuição, divulgação e colocação à disposição do público, por quaisquer meios e suportes na edição impressa, bem como a verificação do texto integral por meio de softwares com a finalidade de verificação de PLÁGIO.
2. Que se responsabiliza(m) pela originalidade da obra, e declara(m) que seu conteúdo não foi publicado no todo ou em parte por outra editora, como também não está sendo considerado para publicação em outra editora ou revista, seja em qualquer formato ou mídia.
O(s) autor(es) se responsabiliza(m) pela veracidade das informações e dos dados contidos no conteúdo submetido.
3. Declara(m) que na confecção do texto (conteúdo) foram observadas com exatidão as regras referentes à citação e referências às fontes de pesquisas utilizadas, conforme teor da Lei 9.610/1988 (Lei de Direitos Autorais), bem como observadas as disposições contidas nos Comitês e Códigos de Ética referente ao objeto pesquisado.
4. Declara(m) que adquiriu(ram) os direitos autorais reservados a terceiros quando na obra existir remissões, traduções, coletâneas, inserções de fotos e imagens, cuja autoria originária não pertença ao(s) autor(es), bem como autorização(ões) junto a proprietários ou titulares de marcas registradas, nomes de organizações ou empresas que forem citadas;
5. Declara(m) e obriga(m)-se a indenizar a UNICENTRO e ou a sua Editora, caso sofram quaisquer prejuízos materiais ou morais em consequência de medidas judiciais ou extrajudiciais promovidas por terceiro em razão da publicação da obra cedida, principalmente por configuração de PLÁGIO.