Características da Salinidade dos solos em cultivos agrícolas no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5935/PAeT.V7.N3.13Palavras-chave:
concentração salina, química do solo, potencial osmóticoResumo
O objetivo desta revisão literária é concentrar informações acerca de características associadas e ocorrência, efeitos e manejo da salinidade em solos e culturas agrícolas em lavouras de cultivos extensivos. Os efeitos da salinidade do solo no desenvolvimento vegetal provêm de alterações nas suas propriedades físicas e químicas. A salinização é um fator limitante para o desenvolvimento e produtividade de plantas e vem afetando os recursos hídricos de zonas áridas, semiáridas, mediterrâneas e área irrigadas em zonas de clima tropical e subtropical, incluindo o Brasil. A salinidade e a sodicidade do solo estão entre as principais causas de degradação em ambiente semiárido, pois ocasionam danos às propriedades do solo, ao desenvolvimento vegetal e à sociedade, o que culmina em sério impacto ambiental e social. Dentre as consequências mais destacadas da salinidade do solo sobre as plantas estão o efeito provocado pela redução do potencial osmótico; desbalanço nutricional devido à elevada concentração iônica e a inibição da absorção de outros cátions causada pelo sódio e o efeito tóxico dos íons sódio e cloreto. Resultados de pesquisas evidenciam que a salinidade dos solos é um problema sério e que a busca de soluções para o manejo de solos salinizados e, de alternativas de manejo preventivo para áreas de risco, deve ser mais intensa e acompanhada celeridade na disseminação de resultados de novas pesquisas.Referências
ABDUL JALLEL, C., Gopi, R., Sankar, B., Manivannan, P., Kishorekumar, A., Sridharan, R. & Panneerselvam, R., Studies on germination, seedling vigour, lipid peroxidation and proline metabolism in Catharanthusroseus seedlings under salt stress. South African Journal of Botany v.73, p.190-195, 2007.
ALLAKHVERDIEV, S. I., Sakamoto, A., Nishiyama, Y., Inaba, M. & Murata, N., Ionic and osmotic effects of NaCl-induced inactivation of photosystems I and II in Synechococcus sp. Plant physiology 123, 1047-1056, 2000.
ARRUDA, R. C. O.; VIGLIO, N. S. F.; BARROS, A. A. M. Anatomia foliar de halófitas e psamófilas reptantes ocorrentes na restinga de Ipitangas, Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia. v. 60, n. 2, p. 333-352. 2009.
ASHRAF, M., Biotechnological approach of improving plant salt tolerance using antioxidants as markers. Biotechnology advances27, 84-93, 2009.
ASHRAF, M.; Akram, N. A. Improving salinity tolerance of plants through conventional breeding and genetic engineering: An analytical comparison. Biotechnology Advances, v.27, p.744-752, 2009.
ASHRAF, M. & Harris, P. J. C., Potential biochemical indicators of salinity tolerance in plants. Plant Science 166, 3-16, 2004.
BENNETT, S. J., Barret-Lennard, E. G., Colmer, T. D., Salinity and waterlogging as constraints to saltland pasture production: a review. Agriculture, Ecosystems and Environment129, 349-360, 2009.
BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 8.ed. Viçosa: UFV, 2006. 625p.
CORRÊA, M.R., Freire, M. B. G. S., Ferreira, R. L. C., Freire, F. J., Pessoa, L. G. M., Miranda M. A., Melo. D. V. M., Atributos químicos de solos sob diferentes usos em perímetro irrigado no semiárido de Pernambuco. Revista Brasileirade Ciências do Solo33, 304-314, 2009.
AZEVEDO NETO, A. D., Prisco, J. T., Enéas-Filho, J., Abreu, C. E. B. d. & Gomes-Filho, E., Effect of salt stress on antioxidative enzymes and lipid peroxidation in leaves and roots of salt tolerant and salt-sensitive maize genotypes. Environmental and Experimental Botany 56, 87-94, 2006.
D’ALMEIDA, D. M. B. A. D.; ANDRADE, E. M.; MEIRELES, A. C. M.; NESS, R. L. L.. Importância relativa dos íons na salinidade de um Cambissolo na Chapada do Apodi, Ceará. Engenharia Agrícola, v.25, n.3, p.615-621, 2005.
DIAS, N. S. Duarte, S. N., Gheyi, H. R., de Medeiros, J. F. & Soares, T. M. Manejo da fertirrigação e controle da salinidade do solo sob ambiente protegido, utilizando-se extratores de solução do solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.9, p.496-504, out./dez. 2005.
EDELSTEIN, M., Plaut, Z., Dudai, N. & Ben-Hur, M., Vetiver (Vetiveria zizanioides) responses to fertilization and salinity under irrigation conditions. Journal of environmental management 91, 215-221, 2009.
ELOI, W. M.; DUARTE, S. N.; SOARES, T. M.; SILVA, E. F. de F.; MIRANDA, J. H. Rendimento comercial do tomateiro em resposta à salinização ocasionada pela fertigação em ambiente protegido. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 15, n. 5, p. 471-476, maio, 2011.
FARIAS, S. G. G.; SANTOS, D. R.; FREIRE, A. L. O.; SILVA, R. B. Estresse salino no crescimento inicial e nutrição mineral de Gliricídia (Gliricidia sepium (Jacq.) Kunt ex Steud) em solução nutritiva. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 33, p. 1499-1505, 2009.
FAOSTAT, Total area equiped for irrigation, 2012. Disponível em http://faostat3.fao.org/download/R/ RL/E. Acesso em 05 de Setembro de 2015.
FLOWERS, T. J. & FLOWERS, S. A. Why does salinity pose such a difficult problem for plant breeders? Agriculture Water Management 78(1): 15-24. 2005.
GONPIN, T.M.D., CAVALCANTE, L.F., Beltrao, N.E. M., Aquecimento global, salinidade e conseqüências no comportamento vegetal. Rev. Bras. Ol. Fibros., Campina Grande 14, 37-54, 2010.
GIMENO, V., Syvertsen, J. P., Nieves, M., Simón, I., Martínez, V. & García-Sánchez, F., Additional nitrogen fertilization affects salt tolerance of lemon trees on different rootstocks.Scientia Horticulturae 121, 298-305, 2009.
GONGIN, T.M.D., CAVALCANTE, L.F., BELTRAO, N.E. M., Aquecimento global, salinidade e conseqüências no comportamento vegetal. Rev. Bras. Ol. Fibros., Campina Grande. v.14, p. 37-54, 2010.
HAYNES, R. J. Principles of fertilizer use for trickle irrigated crops. Fertilizer Research, The Hague, v.6, n.3, p.235-255, ago. 1985.
JÚNIOR J . A. L., SILVA, A. L. P., Estudo do processo de salinização para indicar medidas de prevenção de solos salinos. Enciclopédia Biosfera, Goiânia 6, 11, 2010.
KHADRI, M., TEJERA, N. A. e LLUCH, C., Sodium chloride–ABA interaction in two common bean (Phaseolus vulgaris) cultivars differing in salinity tolerance.Environmental and Experimental Botany 60, 211-218, 2007.
KOYRO, H. W. 2006. Effect of saliniy on growth, photosynthesis, water relations and solute composition of the potencial cash crop halophyte Plantago coronopus L. Environmental and Experimental Botany 56: 136-146.
LUND, B. C., ABRAMS, T. E. e GRAVELY, A. A., Efeitos da salinidade da água de irrigação na brotação e desenvolvimento inicial da cana-de-açúcar (Saccharum spp) e em solos com diferentes níveis texturais.Journal of rehabilitation research and development 48, vii-ix, 2011.
MAGGIO, A., RAIMONDI, G., MARTINO, A. e DE PASCALE, S., Salt stress response in tomato beyond the salinity tolerance threshold. Environmental and Experimental Botany 59, 276-282, 2007.
MEDEIROS, P. R. F.; DUARTE S. N.; E. F. F. SILVA. Eficiência do uso de água e de fertilizantes no manejo de fertirrigação no cultivo do tomateiro sob condições de salinidade do solo. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v.7, n.2, p.344-351, abr./jun. 2012.
MELGAR, J. C., MOHAMED, Y., NAVARRO, C., Parra, M. A., BENLLOCK, M. e FERNÁNDEZ-Escobar, R., Long-term growth and yield responses of olive trees to different irrigation regimes.Agricultural Water Management 95, 968-972, 2008.
MELLONI, R; SILVA, F. A. M.; CARVALHO, J. G. Cálcio, magnésio e potássio como amenizadores dos efeitos da salinidade sobre a nutrição mineral e o crescimento de mudas de aroeira (Myracrodruon urundeuva). Cerne, v. 6, n. 2, ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.8, n.15; p. 1577 2012, p. 35-40. 2000.
MENDES, J. S.; CHAVES, L. H. G.; Chaves, I. B. Variabilidade temporal da fertilidade, salinidade e sodicidade de solos irrigados no município de Congo, PB. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v.3, n.1, p.13-19, 2008.
MOTERLE, L. M., LOPES, P. d. C., BRACCINI, A. d. L. e SCAPIN, C. A., Germinação de sementes e crescimento de plântulas de cultivares de milho pipoca submetidas ao estresse hídrico e salino. Revista Brasileira de Sementes 28, 169-176, 2006.
OLIVEIRA et al. Condutividade Elétrica de um Solo manejado com Diferentes Lâminas de Irrigação e Diferentes Doses de Potássio. Fert Bio 2012. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Maceió, Alagoas, 2012
PARIDA A. K., Das, A.B. Salt tolerance and salinity effects on plants: a review. Ecotoxicology and Environmental Safety 60, 324-349, 2005.
RAMOLIYA, P. J., Patel, H. M. & Pandey, A. N., Effect of salinization of soil on growth and macro- and micronutrient accumulation in seedlings of Salvadora persica (Salvadoraceae).Forest Ecology and Management 202, 181-193, 2004.
RHOADES, J.D.; Kandiah, A.; Mashali, A.M. Uso de águas salinas para produção agrícola. Campina Grande: UFPB. Estudos da FAO, Irrigação e Drenagem. 2000, 117p.
RUIZ, H. A., SAMPAIO,R. A., OLIVEIRA, M., FERREIRA, P. A., Características físicas de solos salino-sódicos submetidos a parcelamento da lâmina de lixiviação. Revista de la ciencia del suelo e nutrición vegetal 6, 1-12, 2006.
SHANON e GRIEVE. Torelance of vegetable crops to salinity. Scientia Horticulturae. v.78, p. 5-38, 1999.
SOUZA, E. R.; Montenegro, A. A. A.; Freire, M. B. G. dos S. Evolução e variabilidade espacial da salinidade em Neossolo Flúvico cultivado com cenoura sob irrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.12, p.584- 592, 2008.
WILLIAMS, W. D. Salinization of rivers and streams: an important environmental hazard. Ambio. v.16, p. 180-185. 1987
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- A veracidade das informações e a autoria de todo o conteúdo apresentado nos artigos é de responsabilidade do(s) autor(es). Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).