HALLS DE ENTRADA DOS HOTÉIS DE PONTA GROSSA-PR: UMA
PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR DA HOTELARIA, DESIGN DE INTERIORES
E ERGONOMIA1
ENTRANCE HALLS OF HOTELS IN PONTA GROSSA-PR: AN
INTERDISCIPLINARY PERSPECTIVE OF HOTELS, INTERIOR DESIGN AND
ERGONOMICS
MARIANA LACERDA MARQUES
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
E-mail: marilacerdam@gmail.com
RUBIA GISELE TRAMONTIM MASCARENHAS
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
E-mail: rubiatin@uepg.br
LARISSA MONGRUEL MARTINS DE LARA
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
E-mail: larimongruel@hotmail.com
GRAZIELA SCALISE HORODYSKI
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
E-mail: grazitur@uepg.br
RESUMO
O hall de entrada é uma das primeiras impressões que o hóspede tem a respeito da infraestrutura de um hotel, é
neste ambiente que o estilo do empreendimento é caracterizado, tendo uma grande importância sob a perspectiva
do cliente a respeito do empreendimento. Esta pesquisa analisou halls de entrada de hotéis no destino Ponta
Grossa, Paraná, verificando se estes estão adequados aos conceitos da hotelaria, design de interiores e
ergonomia. Os hotéis selecionados para o estudo possuem características de gestão distintas entre si, sendo um
de rede, um administrado pelo proprietário e um operado pelo proprietário, todos localizados na área central da
cidade e foram escolhidos com o intuito de se identificar características singulares do design da arquitetura
interior, assim como entender o papel do profissional de design de interiores dentro do espaço do hall de entrada
da hotelaria. Assim, foram analisados os estilos de design de interiores, conceitos e referências ergonômicas,
atestando se os hotéis se encontram dentro do recomendado na perspectiva da hotelaria, do design de interiores e
da ergonomia. Como resultados, tem-se que os hotéis possuem características singulares podendo ser
identificado o estilo do seu interior e estão, em sua maioria, dentro dos conceitos de ergonomia.
Palavras-chave: Hotelaria; Hall de entrada; Design de interiores; Ergonomia.
ABSTRACT
The entrance hall is one of the first impressions that the guest has regarding the infrastructure of a hotel, it is in
this environment that the style of the enterprise is characterized, having great importance from the perspective of
the client regarding the enterprise. This research analyzed the entrance halls of hotels in the destination Ponta
Grossa, Paraná, verifying if they are adequate to the concepts of hospitality, interior design and ergonomics. The
hotels selected for the study have distinct management characteristics, one being a network, one managed by the
owner and one operated by the owner, all located in the central area of the city and were chosen with the aim of
identifying unique characteristics of the hotel's design interior architecture, as well as understanding the role of
the interior design professional within the hospitality lobby space. Thus, the styles of interior design, concepts
and ergonomic references were analyzed, attesting whether the hotels are within the recommended range from
the perspective of hospitality, interior design and ergonomics. As a result, hotels have unique characteristics and
the style of their interior can be identified and are, for the most part, within the concepts of ergonomics.
Keywords: Hospitality; Entrance hall; Interior design; Ergonomics.
1DOI: https://doi.org/10.5935/2763-9673.20230003
Revista de Estudos em Organizações e Controladoria-REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 3, n. 1, p. 43-65, jan./jun., 2023.
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HALLS DE ENTRADA DOS HOTÉIS DE PONTA GROSSA-PR: UMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR DA HOTELARIA, DESIGN DE
INTERIORES E ERGONOMIA
1 INTRODUÇÃO
Logo que o hóspede chega em um hotel, o hall de entrada e o seu design é uma das
primeiras impressões que se tem sobre este tipo de empreendimento. Sendo assim, torna-se
importante trabalhar para que a recepção e o acolhimento possam formar a identidade do hotel
e correspondendo-se às expectativas dos clientes (GOMES, 2017).
Com base nessas questões a respeito do hall de entrada do hotel, foi elaborado o
problema de pesquisa: Os halls de entrada dos hotéis de Ponta Grossa estão adequados aos
conceitos de design de interiores e ergonomia?
Para se investigar a resolução dessa questão esse trabalho tem como objetivo geral
analisar halls de entrada de hotéis no destino Ponta Grossa, Paraná, verificando se os mesmos
estão adequados aos conceitos da hotelaria, design de interiores e ergonomia.
E como forma de atender aos objetivos específicos: (i) identificar hotéis de Ponta
Grossa com características arquitetônicas singulares, (ii) entender o papel do design de
interiores na hotelaria, (iii) compreender a função da ergonomia nos halls de entrada e (iv)
analisar os estilos de design de interiores.
A metodologia utilizada nesta pesquisa foi a exploratória e a descritiva, buscando-se
compreender por meio da observação informal (MATTAR, 2011), assim como, descrever a
coleta de dados (GIL, 1999). A coleta dos dados se deu por uso de fotografias e medições
ergonômicas com base na literatura, posteriormente categorização e análise dos elementos
identificados. Os dados foram cruzados com o referencial teórico.
Os hotéis definidos para este estudo ficam localizados na área central da cidade de
Ponta Grossa, estado do Paraná, e possuem características de gestão distintas, sendo estes:
Premium Vila Velha Hotel, um empreendimento operado pelo proprietário; Ibis Ponta Grossa,
hotel de rede; e Hotel Maciel, com operação e administração do proprietário. Todos
autorizaram o uso do nome da empresa e das imagens registradas para fim acadêmico.
Tendo a hotelaria, o design de interiores e a ergonomia como base desse trabalho, a
pesquisa inicia com os conceitos gerais e áreas da hotelaria, seguindo para o conceito do hall
de entrada e sua função. Aborda questões sobre os conceitos de design de interiores, seguido
da descrição de ergonomia e dos estilos de design de interiores. Também é feita uma
contextualização sobre o destino Ponta Grossa-PR.
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INTERIORES E ERGONOMIA
2 ABRANGÊNCIA DA HOTELARIA
O hall de entrada de um hotel é o objeto central desta pesquisa, sendo uma das áreas
físicas dentro da hotelaria. De acordo com Beni (2002) a empresa hoteleira é um dos
elementos essenciais da infraestrutura turística, constitui um dos suportes básicos para o
desenvolvimento do turismo num país. Um hotel é “[…] uma organização que, mediante
pagamento de diárias, oferece alojamento para a clientela indiscriminada” (CASTELLI, 2006,
p. 12). Os meios de hospedagem devem oferecer no mínimo, alojamento para uso temporário
em unidades habitacionais específicas para isto, além de serviços mínimos como: recepção
para atendimento, controle de entradas e saídas do estabelecimento, conservação, arrumação e
limpeza das instalações e equipamentos.
Todo empreendimento busca sucesso e corresponder às expectativas de seus clientes, e
para que isso ocorra deve haver uma boa administração e divisão de serviços. Para a
compreensão dessa questão apresenta-se a descrição de cada função dos colaboradores da
recepção, departamento alojado no hall de entrada do hotel.
Castelli (2016) cita o exemplo da rede Blue Tree Hotels para uma boa estrutura
operacional, propondo um eficaz desenvolvimento buscando a expansão da rede hoteleira e a
aspiração de novos negócios. Assim como, se faz necessário o setor financeiro, no
gerenciamento da rede e para relacionamentos com possíveis investidores. Outro setor
indispensável é o de marketing, pois é por meio dele que são captados os desejos e as
necessidades do cliente para que um determinado público-alvo seja atingido, conseguindo
assim se adaptar às demandas encontradas, além de ser a forma em que o empreendimento
será promovido.
Ademais, o setor de recursos humanos está presente executando a função de
recrutamento e seleção dos colaboradores, tal como na elaboração de programas de
treinamento e desenvolvimento profissional. Sucedendo as definições de Castelli (2016), além
do setor administrativo, existem os de alimentos e bebidas, recreação, eventos, hospedagem,
recepção e governança.
Sendo a área mais complexa, muitos hotéis buscam a terceirização do setor de
alimentos e bebidas, visto que, as despesas são 2,5 vezes maiores que as do setor de
hospedagem. De acordo com Marin (1974), é fundamental o cargo de gerência geral nos
setores de cozinha, copa, restaurante, bar e banquete, ocupado por um profissional experiente,
que saberá coordenar adequadamente as demais funções do setor, sendo elas a de maître,
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INTERIORES E ERGONOMIA
hostess, sommelier, chefe de fila, garçom, commis e aprendiz. Algumas das funções da
gerência de alimentos e bebidas, para Castelli (2016), são administrar as questões de higiene
do setor, verificar a segurança do trabalho, assegurar as condições dos uniformes e
inspecionar a qualidade e quantidade da entrada de mercadorias.
O setor de lazer nem sempre está presente em todos os hotéis, pois é necessário que o
empreendimento disponha de uma infraestrutura adequada para tal. Quando existente, é
função do responsável pelo departamento planejar atividades de lazer para todas as faixas
etárias, organizando os materiais necessários e, também, elaborar a programação. As
atividades podem ser elaboradas de acordo com os equipamentos e instalações que o hotel
oferece, por exemplo: piscina, sauna, sala de jogos, cancha de esportes boates, bicicletas,
equitação, caminhadas, cinema, entre diversas outras modalidades, dependendo do espaço
físico e do público-alvo a ser almejado.
Além da oferta de alimentação e hospedagem, um hotel pode participar desse setor
contendo salões para realização de eventos em sua própria estrutura física, locando os espaços
para que diversas empresas realizem seus eventos no local.
Concluindo, a recepção é o hall de entrada do hotel, visto que um fator decisivo para
alguns viajantes na escolha de onde se hospedar é a busca por um espaço hospitaleiro e
acolhedor, por isso a hospitalidade torna-se algo de suma importância para o produto hoteleiro
(CASTELLI, 2016). É na recepção o primeiro contato do hóspede com o hotel, onde os
contratos de hospedagem são feitos e as malas são encaminhadas para o apartamento, funções
que serão citadas adiante.
3 HALL DE ENTRADA E DESIGN DE INTERIORES
Entendendo a relevância do hall de entrada do hotel como sendo a primeira impressão
do hóspede sobre o empreendimento, nesse tópico será abordado o desenvolvimento desse
setor dentro da hotelaria e as suas funções operacionais.
O século XX foi marcante para o desenvolvimento dos halls de entrada dos hotéis.
Segundo Gomes (2017), os que eram chamados de Grandes Hotéis desfrutavam de um lobby
extravagante e glamoroso, até que nos anos de 1950 e 1960 a tendência mudou para uma
escala menor e mais econômica. No período de 1970 começaram a surgir as cadeias de hotéis,
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INTERIORES E ERGONOMIA
padronizando a marca para que os clientes identificassem a imagem corporativa. E o século
XXI veio como a era da tecnologia, nos campos social, política, econômica e ambiental,
fazendo do lobby um espaço funcional, social e que deve ser notado.
Uma vez que o hall de entrada é o primeiro contato do hóspede com o hotel, é nele
onde será percebido seu estilo e identidade, dispondo de, pelo menos, uma entrada principal e
uma área de estar. Um designer deve planejar um espaço confortável, acolhedor e eficaz,
tendo como elementos pertinentes para uma boa constituição do ambiente a escala e
organização do espaço, o mobiliário, a iluminação e os materiais utilizados (GOMES, 2017).
Para um bom funcionamento, inúmeros colaboradores são envolvidos na recepção de
um cliente com suas tarefas designadas, afinal é no hall de entrada onde o hóspede forma sua
primeira impressão sobre a infraestrutura física do hotel, assim como leva sua impressão
sobre a estadia na hora do check-out (CÂNDIDO, 2002).
Para Vieira e Cândido (2002), o chefe da recepção é quem deve organizar as
atividades operacionais da recepção, elaborando escalas e revezamentos, conhecendo com
profundidade as funções de seus subordinados. a função de recepcionista, além de
recepcionar os hóspedes, engloba a supervisão das reservas do dia e a distribuição de
apartamentos, bem como, a responsabilidade pelo caixa e recebimentos de valores, é também
o responsável pela entrada (check-in) e saída (check-out) do hóspede (CÂNDIDO, 2002).
Segundo Cândido (2002), o auxiliar de recepção é quem vai auxiliar o recepcionista
em suas funções, no controle de atividades e atendimento aos hóspedes. O telefonista é a
pessoa encarregada de receber ligações, localizar os hóspedes e despertá-los, portanto, para
essa função são necessárias algumas atribuições como possuir uma voz clara com pronúncia
correta, boa dicção, uso correto do idioma não usando gírias, atenção e presteza (CASTELLI,
2016).
O capitão-porteiro é quem tem o primeiro contato com o hóspede, estando na porta de
entrada do hotel, disponível para abrir a porta do automóvel do mesmo, auxiliando em sua
saída e também é o responsável por retirar suas bagagens. Prontamente o mensageiro
encaminha o hóspede diretamente à recepção, boa educação e prestatividade são qualidades
essenciais nessa função. É dever também do capitão-porteiro receber as chaves do automóvel
do cliente em caso de veículo próprio, para encaminhar ao manobrista que levará o carro até a
garagem (CASTELLI, 2016).
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O mensageiro, posteriormente ter conduzido o hóspede até a recepção com a bagagem
e após os registros deve orientá-lo para seu apartamento. Permitindo primeiro a entrada do
viajante no elevador e dispondo as malas de tal forma que não importune demais clientes.
Chegando ao andar, o mensageiro irá encaminhá-lo até o apartamento, testar luzes e aparelhos
de som e dar breves explicações se necessárias, encerrando assim sua função e voltando para
seu posto de trabalho no hall de entrada do hotel (CASTELLI, 2016).
Sabendo das funções dentro do hall de entrada do hotel, vincula-se o tema hotelaria ao
design de interiores, apresentando conceitos, assim como, o papel de atuação e sua
importância dentro desse tipo de empreendimento.
Além de bons profissionais na chegada do hóspede ao hotel, outro fator importante
notado pelo viajante é a arquitetura, o design e a decoração do ambiente, podendo
proporcionar ao hóspede uma imersão no destino e trazer novas experiências e sensações,
segundo Santos (2017). Tanto para hotéis de luxo quanto para os mais econômicos a busca
por um serviço de qualidade é unânime.
A busca pelo ato de embelezar seu entorno está presente desde os primórdios da
humanidade através das pinturas rupestres. Para muitos é uma forma de expressão a maneira
em que o ambiente é decorado. Cada vez mais a casa é vista como um local de refúgio,
aconchego e proteção, com isso, as pessoas tendem a valorizar mais seu entorno para torná-lo
acolhedor e agradável. Sendo vista como uma expressão de riqueza e estilo para alguns
setores da sociedade, uma casa também pode ser vista como um símbolo de status, fazendo
com que a busca pelo trabalho de um designer de interiores seja cada vez mais procurada
(GIBBS, 2015).
Para o Council for Interior Design Qualification (CIDQ), que é a principal
organização certificadora para profissionais de design de interiores, o profissional da área tem
a responsabilidade moral e ética de abordar o bem-estar, considerando a complexidade física,
necessidades mentais e emocionais das pessoas ao projetar ambientes internos, contribuindo
com conhecimentos e habilidades a respeito de planejamento do espaço, móveis, iluminação,
acústica e ergonomia.
Discorrido quanto ao conceito de design de interiores, seguidamente será tratado a
respeito das áreas de atuação. O designer de interiores é quem atende a segurança infantil,
espaço de circulação, instalações elétricas, além de especificar materiais e acabamentos
utilizados na obra. Assim, a profissão se dividiu em residencial e comercial, sendo o primeiro
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INTERIORES E ERGONOMIA
destinado a moradias, e o segundo à edificações de uso público, como escritórios, lojas,
restaurantes e hotéis.
Tendo a consciência de que um bom projeto de interiores valoriza um
empreendimento, cada vez mais construtoras procuram profissionais dessa área buscando
sucesso em seus empreendimentos. Muitas delas determinam a identidade do empreendimento
através do design de interiores, podendo ser clássica ou contemporânea, tornando-se um
desafio de criatividade para quem estará responsável pelo projeto.
Para Gibbs (2015), o design de um hotel é algo que leva muitos turistas a escolher
onde ficar. Um designer de interiores que é contratado para esse segmento precisa alinhar os
aspectos do empreendimento, desde a imagem corporativa até as limitações financeiras. Para
o contratante, esse trabalho é um investimento em seu negócio, logo que, existem
escritórios de design de interiores voltados especificamente para a área de hotelaria.
Outro quesito importante para que o viajante se lembre positivamente do lugar que
ficou hospedado é a identidade visual do empreendimento, que faz com que a marca seja
facilmente notada pelos consumidores. Além de um designer gráfico para a elaboração da
logo marca, um designer de interiores é fundamental para alinhar cores, iluminação,
mobiliário e decoração com a identidade visual criada.
A popularização do turismo e o reconhecimento de diferentes tipos de autóctones
fazem com que o setor se torne cada vez mais globalizado e influenciado por diversos países.
Acontece que com o constante crescimento e desenvolvimento do mundo do design, cada vez
há mais oportunidade de trabalho para designers qualificados.
Assim sendo, existem diversas áreas de estudo dentro do design de interiores buscando
a elaboração e execução de projetos funcionais, e uma delas é a ergonomia.
Buscando conforto e funcionalidade, a ergonomia é uma das áreas de estudo dentro do
design de interiores. Para Gomes (2017) um lobby de hotel precisa antes de tudo ser
funcional, buscando reduzir a aglomeração de pessoas e bagagens, designar um caminho claro
e direto até a recepção e estipular diferentes saídas para hóspedes e funcionários com o intuito
de assegurar melhor eficácia na realização dos serviços. O mobiliário do espaço deve ser
confortável, além de seguir os princípios da ergonomia, sendo composto pela zona de
recepção (balcão de atendimento), serviços de atendimento personalizado (mesas e cadeiras),
lounge (sofás, poltronas, mesas de apoio) e lobby bar (mesa bistrô com banquetas ou mesas
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INTERIORES E ERGONOMIA
para refeições). As dimensões funcionais para um ambiente ergonômico de acordo com
(CHING; BINGGELI, 2006) são apresentadas no Quado 1, abaixo.
Compreendendo o conceito de ergonomia e sua função para o conforto e
funcionalidade na execução de um projeto de interiores, outra área de estudo da profissão que
busca atender a expectativa do cliente sob o resultado final são os estilos de design de
interiores. Um designer de interiores deve dispor de um conhecimento abrangente a respeito
dos principais estilos arquitetônicos, compreendendo sua evolução através do tempo, pois é
nesse contexto, que influências geográficas, históricas e políticas promoveram tal evolução,
auxiliando em um entendimento mais amplo das relações de diferentes culturas e das
influências internacionais (GIBBS, 2015). Assim sendo, apresenta-se alguns estilos de design
de interiores e suas principais características.
Quadro 1 – Dimensões ergonômicas
Mobiliário Altura Mínima (cm) Altura Máxima (cm)
Balcão de atendimento 90 106
Mesas 68 76
Cadeiras 38 45
Sofás 38 43
Poltronas 38 43
Mesa bistrô 91 106
Banquetas 60 76
Fonte: Elaborado pelas autoras (2022)
Segundo Archacademy (2019), uma plataforma de negócios de arquitetura e design de
interiores, conhecer os estilos arquitetônicos e as tendências de decoração é fundamental para
alinhar a personalidade do cliente ao projeto a ser executado. Assim, são considerados os
principais estilos de arquitetura de interiores o clássico, romântico, contemporâneo, retro,
vintage, industrial, minimalista e rústico.
Com origem na arquitetura greco-romana, o estilo clássico tem influência dos períodos
renascentista, barroco e rococó, possuindo uma simetria harmoniosa e ornamentos
imponentes. Tendo uma paleta de cores sóbrias e tons suaves, o mármore branco é geralmente
presente em pisos e bancadas, com detalhes em prata e em dourado em molduras e
iluminação. Sendo uma variação do estilo clássico, o estilo romântico segue a mesma
proposta valorizando cores neutras, porém, preza pela intimidade na decoração, com itens
pessoais dispostos despretensiosamente (ARCHACADEMY, 2019). Percebe-se as
características citadas dos estilos clássico e romântico, respectivamente, nas Figuras 1 e 2.
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Figura 1 – Exemplo de ambiente clássico
Fonte: Casa Vogue (2019)2
Figura 2 – Exemplo de ambiente romântico
Fonte: West Wing (2022)3
O estilo contemporâneo como o próprio nome sugere, é o que segue a atualidade,
equilibrando a tecnologia com a arte e valorizando a funcionalidade. Os móveis costumam ser
mais aconchegantes e espaçosos, com tecidos leves e cores neutras. A presença de vidros,
espelhos e madeira clara ou escura é algo típico do estilo contemporâneo (ARCHACADEMY,
2019), como se percebe na Figura 3.
Figura 3 – Exemplo de ambiente contemporâneo
Fonte: Casa Vogue (2020)4
Inspirado na decoração do século XX, o estilo retrô busca uma releitura de versões
passadas para a atualidade, combinando cores neutras e vibrantes e explorando o pop art. As
estampas são grandes e coloridas e os eletrodomésticos têm bordas arredondadas decorado
com peças inspiradas nos anos de 1960 e 1970. Semelhante ao retrô, o estilo vintage se
diferencia trazendo peças antigas originais, sendo pela estética ou apelo sentimental
(ARCHACADEMY, 2019), como ilustram as Figuras 4 e 5.
2https://casavogue.globo.com/Interiores/Ambientes/noticia/2019/08/estilo-classico-na-decoracao-materiais-
nobres-e-design-rebuscado.html
3https://www.westwing.com.br/guiar/estilo-romantico/
4https://casavogue.globo.com/Interiores/Decor-do-dia/noticia/2020/01/decor-do-dia-living-contemporaneo-com-
vista-para-natureza.html
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Figura 4 – Exemplo de ambiente retrô
Fonte: Casa Vogue (2016)5
Figura 5 - Exemplo de ambiente vintage
Fonte: Casa Vogue (2016)
Sendo palco de uma expansão industrial, surgiu em Nova Iorque em meados de 1950
um aproveitamento de instalações de fábricas, galpões e garagens. Tratando-se de uma
estrutura bruta, ou seja, sem revestimentos e com instalações elétricas e hidráulicas aparentes
em contraste com interior residencial tradicional, proporcionando a integração dos espaços.
Assim surgiu o estilo industrial, na busca pela criação de mais moradias para pessoas pobres,
por volta de 1950 e 1970. Com o passar dos anos, o estilo de moradia que era visto como
marginalizado, foi se tornando algo elegante e cada vez mais presente propositalmente nas
residências (ARCHTRENDS, 2017).
Tornando-se uma tendência segundo Casa Cor, o estilo industrial é facilmente
identificado através de tijolos e instalações hidráulicas e elétricas aparentes, iluminação em
trilhos, itens metálicos, concreto, madeira e cimento queimado, dentro de um ambiente amplo
e integrado, buscando valorizar também a iluminação natural, como mostra a Figura 6.
Figura 6 – Exemplo de ambiente industrial
Fonte: Blog Essência Móveis (2022)6
5 https://casavogue.globo.com/Interiores/Ambientes/noticia/2016/11/decoracao-vintage-15-ambientes-para-se-
inspirar.html
6 https://blog.essenciamoveis.com.br/decoracao-no-estilo-industrial/
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INTERIORES E ERGONOMIA
Também surgiu no século XX, o estilo minimalista com influência de movimentos
vanguardistas, dando origem à expressão “menos é mais”. Possui tons claros em
predominância, trazendo apenas o que é necessário e funcional para o interior, gerando
espaços arejados e espaçosos como na Figura 7. Além de um estilo de arquitetura de
interiores, é um estilo de vida, onde busca-se viver de uma forma menos consumista e na
tranquilidade.
Figura 7 – Exemplo de ambiente minimalista
Fonte: Viva Decora (2020)7
O estilo rústico (Figura 8) traz a madeira de demolição presente, com vigas aparentes,
inspirado em casas de campo. Buscando o aconchego, são elementos predominantes desse
estilo colchas de patchwork, quadros de paisagens e estampas xadrez, e a paleta de cores
possui tons claros e terrosos, segundo Archacademy (2019).
Figura 8 – Exemplo de ambiente rústico
Fonte: Blog Iaza Móveis de Madeira (2022)8
Desta forma, foram apresentados os conceitos de ergonomia, as características
principais a respeito de alguns estilos de design de interiores, passando-se a apresentação
sobre o destino Ponta Grossa, para então discorrer sobre os hotéis selecionados para a
pesquisa, identificando seus estilos e verificando se as medidas são ergonômicas.
7 https://www.vivadecora.com.br/pro/minimalismo/
8 https://blog.iazamoveisdemadeira.com.br/design/estilo-rustico-na-decoracao-de-interiores/10/
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4 HOTELARIA EM PONTA GROSSA
O destino Ponta Grossa está localizado no Segundo Planalto Paranaense sendo 47,4%
correspondendo a área urbana e 54,6% a área rural (PONTA GROSSA, 2006). É um
importante entroncamento rodoferroviário, que está localizado a 114 km da capital do estado,
Curitiba. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do ano de
2022, a área territorial da cidade abrange 2.054.732 km², com uma população estimada em
358.367 habitantes.
Devido à sua localização, Ponta Grossa se tornou um pólo industrial, sendo uma
importante cidade na rota do turismo de negócios e de eventos, assim aumentando a demanda
por meios de hospedagens. De acordo com a Secretaria Municipal de Turismo (2022) existem
vinte e dois (22) hotéis na cidade, em sua maioria na área central, como o Premium Hotel Vila
Velha e o Ibis Hotel analisados nesse trabalho. A seguir, serão apresentados os resultados e
análises posteriores.
4.1 Halls de entrada analisados
Para a realização deste estudo, foi estipulado, inicialmente, cinco hotéis localizados na
área central de Ponta Grossa com características arquitetônicas distintas. Destes, quatro
manifestaram interesse e responderam ao convite. Após a explicação acerca do estudo, um
meio de hospedagem não pôde autorizar o uso de fotografias. Como forma de padronizar a
coleta de dados, decidiu-se então aplicar a pesquisa aos três empreendimentos que permitiram
a coleta de dados com uso de fotos: Premium Vila Velha Hotel, Ibis Hotel e Hotel Maciel.
Buscando-se analisar halls de entrada de hotéis em Ponta Grossa, a metodologia
utilizada foi à exploratória e a descritiva, visto que para Mattar (2001) o estudo compreende a
observação informal, assim como Zikmund (2000) afirma que estudos exploratórios buscam
explorar alternativas e descobrir novas ideias. Considerando o referencial teórico sobre os
temas hotelaria, design de interiores e ergonomia, a pesquisa exploratória fez-se útil visando
explicações alternativas, em conjunto com a metodologia descritiva, que de acordo com Gil
(1999) tem como objetivo descrever a coleta de dados. Os hotéis selecionados foram Premium
Vila Velha Hotel, Ibis Ponta Grossa e Hotel Maciel, uma vez que eles têm estilos de
arquitetura de interiores distintos.
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INTERIORES E ERGONOMIA
O primeiro hotel a ser analisado foi o Premium Hotel Vila Velha (Figura 9), no dia 2
de agosto de 2022, é perceptível um hall de entrada com muitos vidros e iluminação natural.
O hotel passou por uma reforma recente, buscando adaptar a recepção não só para o turismo
de negócios, mas também, ao turismo de lazer que está em ascensão na cidade, segundo a
gerente do empreendimento. Logo na entrada à esquerda, possui um sofá e quatro poltronas
com mesa de centro sob um tapete, com um raque para a televisão que estava transmitindo um
canal aberto, é possível notar também uma sala de reuniões com seis cadeiras, pois a parede
dispõe de um vidro (Figura 10).
Figura 9 – Premium Hotel Vila Velha
Fonte: Booking (2022)9
Figura 10 Hall de entrada Premium Hotel Vila Velha
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
À frente encontra-se o balcão da recepção, em pedra branca e com quatro relógios ao
fundo com o fuso horário de Ponta Grossa, Nova Iorque, Londres e China (Figura 11), onde
também estão avisos como atendimento preferencial e valores das diárias dos apartamentos.
Ao lado do balcão tem um aparador com café, copos, açúcar e adoçante que ficam disponíveis
à vontade aos hóspedes, seguido de um espelho e duas arandelas decorativas que estão em
frente a outro espaço da recepção. Esse espaço fica à direita do balcão dispondo de dois sofás
e quatro poltronas sob um tapete, sendo um segundo ambiente de espera sem televisão.
9 https://www.booking.com/hotel/br/premium-vila-velha.pt-br.html
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INTERIORES E ERGONOMIA
Figura 11 Hall de entrada Premium Hotel Vila Velha – Recepção
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
Ao fundo desse mesmo espaço, estão expostos produtos da Adega Porto Brazos, uma
adega com bebidas de amora de fábricas locais que é um atrativo turístico da cidade. A diante
o hotel conta com um terceiro espaço de espera, com poltronas dispostas formando três
ambientes, um deles com uma tomada a alcance do hóspede, além de uma cristaleira expondo
produtos em artesanato em palha, bem imaterial salvaguardado na cidade (Figura 12).
Figura 12 Hall de entrada Premium Hotel Vila Velha – Ambiente de Espera
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
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INTERIORES E ERGONOMIA
Conforme citado, em relação à demanda do hotel de turismo de lazer, com a reforma o
Premium Vila Velha trouxe um espaço kids, localizado no andar de baixo da recepção. Conta
com dois sofás e brinquedos de plástico dispostos sob tatames. Diferente da recepção, esse
espaço possui inúmeras tomadas à altura de 26 centímetros do piso, oferecendo certo risco,
visto que se trata de um ambiente para crianças e as tomadas não possuem proteções,
conforme Figura 13. Entretanto, é recomendado pelo hotel que os responsáveis não deixem as
crianças sem supervisão, pois o hotel não dispõe de monitores nesse espaço.
Figura 13 Hall de entrada Premium Hotel Vila Velha – Espaço Kids
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
É um hall de entrada no estilo contemporâneo, com ambiente espaçoso, mobiliário
aconchegante e com cores neutras. Como citado por Archacademy (2019) esse estilo traz a
presença de vidros, espelhos e madeira escura, como percebe-se nas figuras mostradas. No
espaço kids foi observado a existência de diversas tomadas ao alcance de crianças, questão
que pode ser solucionada adicionando proteções em cada uma.
O Hotel Vila Velha dispõe de 10 colaboradores trabalhando na recepção divididos em
3 turnos, sendo eles turno da manhã (06h30 às 14h40), tarde (14h40 às 23h00) e noite (22h30
às 06h50). Os colaboradores ocupam as seguintes funções: 1 chefe da recepção, 1 encarregado
da recepção, 3 recepcionistas, 2 auxiliares de recepção e 3 mensageiros/manobristas.
O segundo hotel pesquisado foi o Ibis Ponta Grossa (Figura 14), hotel pertencente à
rede Accor, foi inaugurado na cidade em outubro de 2020. Logo na entrada, pela porta
automática, encontra-se um primeiro espaço com duas poltronas, dois puffs e um banco que
ficam em frente aos elevadores. Seguindo à direita está o balcão da recepção que fica diante
de dois conjuntos de duas cadeiras e uma mesa, e um espaço de concreto com almofadas
dispostas tornando-se um segundo ambiente de espera, conforme apresentados na Figura 15.
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Figura 14 – Fachada Hotel Ibis Ponta Grossa - PR
Booking (2022)10
Figura 15 Hall de entrada Hotel Ibis – Recepção
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
Atrás do balcão encontra-se uma televisão com os valores das diárias dos
apartamentos e ao lado está o bar, com algumas bebidas ao fundo, além de snacks e
carregadores de celular disponíveis à venda (Figura 16).
Figura 16 Hall de entrada Hotel Ibis – Ambiente de Espera
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
10 https://www.booking.com/hotel/br/ibis-ponta-grossa.pt-br.html
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Seguido do bar, está o restaurante do hotel, que desfruta de mesas bistrô e mesas com
alturas regulares, que possuem tomadas em algumas paredes de encosto, e mesmo contando
com duas televisões que transmitiam canais de rede aberta no dia da análise, estava tocando a
rádio do próprio hotel. Conforme a Figura 17, a estrutura do hotel conta com a integração da
recepção com o bar e o restaurante, proporcionando ao hóspede de se alimentar e carregar seu
celular no ambiente de espera.
Figura 17 Hall de entrada Hotel Ibis – Integração recepção, bar e restaurante
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
O estilo do Ibis Ponta Grossa é facilmente identificado, como citado anteriormente,
por uma das principais fontes de publicações de design de interiores, a CasaCor, que no estilo
industrial estão presentes instalações aparentes, iluminação em trilhos, estrutura metálica,
concreto, madeira e cimento queimado, elemento que são identificados no design do interior
desse hotel (Figura 18).
Figura 18 Hall de entrada Hotel Ibis – Elementos no design do interior
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
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O Ibis Hotel conta com 7 funcionários registrados como atendentes de hospedagem,
que se dividem em 2 no turno da manhã, 2 no turno da tarde, 2 na madrugada e 1
intermediário, com horário das 18h00 às 01h55. Todos são responsáveis por todas as tarefas
da recepção desde check-ins e check-outs, verificar e-mails, receber lavanderia e atender o
telefone, o que diferencia é o turno da madrugada que fica encarregado, também, pela
auditoria e conferência de todas as entradas e saídas. O estacionamento é terceirizado então o
hotel não conta com manobrista no seu quadro de funcionários.
O terceiro hotel dessa pesquisa foi o Hotel Maciel (Figura 19), visitado no dia 4 de
agosto de 2022. A empresa é familiar e foi fundada na década de 1930, encontrando-se na
geração, e está a 81 anos em Ponta Grossa.
Figura 19 – Fachada do Hotel Maciel
Fonte: Site Hotel Maciel11
Logo na entrada à direita está o balcão da recepção, onde encontram-se jornais,
folders, livros e revistas, e três quadros decorativos ao fundo com os atrativos da cidade:
Cachoeira da Mariquinha, Catedral Sant’Ana e a taça do Parque Estadual de Vila Velha
(Figura 20).
Figura 20 Hall de entrada Hotel Maciel – Recepção
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
11 http://www.hotelmaciel.com.br/
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INTERIORES E ERGONOMIA
Adiante possui há um ambiente de leitura com duas banquetas e revistas disponíveis, e
em frente um espaço de espera com seis poltronas e uma televisão que estava desligada no
momento da pesquisa. A parede desse espaço é decorada com fotos do casal fundador, assim
como registros do empreendimento nos anos de 1935, 1950 e 2009 (Figura 21).
Figura 21 Hall de entrada Hotel Maciel – Ambiente de Espera
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
Por último, dispõe de um espaço com café, açúcar, adoçante e bolachas à vontade para
os hóspedes, com duas banquetas e um refrigerador com água e sanduíches naturais à venda
(Figura 22).
Figura 22 Hall de entrada Hotel Maciel – Ambiente de Espera
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
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INTERIORES E ERGONOMIA
Embora a recepção não tenha um estilo evidente como os demais hotéis analisados, é
possível observar influências do estilo contemporâneo devido a utilização da madeira escura
no mobiliário, assim como a utilização de cores neutras e a presença de portas de vidro
valorizando a iluminação natural (Figura 23).
Figura 23 Hall de entrada Hotel Maciel – Elementos no design do interior
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
No Hotel Maciel trabalham quatro recepcionistas com a escala 12x36, em que o
colaborador trabalha doze horas seguidas e descansa nas próximas trinta e seis horas, e estes
exercem a função de manobrista quando necessário.
A seguir será abordada a análise ergonômica de cada hotel pesquisado e seu
mobiliário. Como observado no referencial teórico, para Gomes (2017) o hall de entrada de
um hotel deve ser funcional buscando melhor eficácia na realização dos serviços. Sendo
assim, de acordo com (CHING; BINGGELI, 2006) o mobiliário do espaço deve ser
confortável, além de seguir os princípios da ergonomia, sendo composto pela zona de
recepção (balcão de atendimento), serviços de atendimento personalizado (mesas e cadeiras),
lounge (sofás, poltronas, mesas de apoio) e lobby bar (mesa bistrô com banquetas ou mesas
para refeições).
Portanto para a análise dessa pesquisa foram utilizadas as referências de mobiliário e
de medidas de (CHING; BINGGELI, 2006), apresentadas no Quadro 1, as quais foram
comparadas com as medidas coletadas na pesquisa em cada um dos hotéis analisados e são
evidenciadas na Tabela 1.
Nota-se que apenas o Ibis es dentro do recomendado para altura do balcão de
atendimento, o Premium Vila Velha está 2 cm acima e o Hotel Maciel está 6 cm acima da
altura máxima recomendada. No quesito mesas, o Hotel Ibis é o único que possui em seu hall
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de entrada, estando 1 cm acima do recomendado, porém em relação as cadeiras os dois hotéis,
Ibis e Premium Vila Velha, que possuem estão dentro das normas.
Tabela 1 – Comparativo entre as referências ergonômicas e o mobiliário dos hotéis analisados
Mobiliário Altura
Mínima (cm)
Altura
Máxima (cm)
Premium
Vila Velha
Ibis Ponta
Grossa
Hotel Maciel
Balcão de atendimento 90 106 108 103 112
Mesas 68 76 - 77 -
Cadeiras 38 45 45 45 -
Sofás 38 43 45 43 -
Poltronas 38 43 45 40 48
Mesa bistrô 91 106 - 108 105
Banquetas 60 76 - 76 70
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
Quanto à altura dos sofás o Premium Vila Velha está 2 cm acima, enquanto o Ibis está
no limite da altura máxima. Em relação as poltronas, o Ibis foi único que se enquadrou dentro
do recomendado, estando o Premium Velha 2 cm acima e o Hotel Maciel 5 cm, também
acima. A análise das mesas e banquetas, o Ibis e o Hotel Maciel, que dispõe desses
mobiliários, a mesa bistrô do Ibis está 2 cm acima do recomendado e a da Hotel Maciel
atende a medida de referência, assim como as banquetas desses dois hotéis estão dentro das
medidas recomendadas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando o problema de pesquisa “Os halls de entrada dos hotéis de Ponta Grossa
estão adequados aos conceitos de design de interiores e ergonomia?”, esse trabalho apresentou
conceitos e funções dentro da hotelaria, a ligação entre design de interiores e hotelaria,
ergonomia, os principais estilos de arquitetura de interiores e a respeito da hotelaria dentro da
cidade de Ponta Grossa, para então apresentar os resultados dos hotéis pesquisados e a análise
ergonômica de sua estrutura de hall de entrada.
O objetivo do estudo foi analisar halls de entrada de hotéis do destino Ponta Grossa,
Paraná, verificando se os mesmos estão adequados aos conceitos da hotelaria, design de
interiores e ergonomia foi atingido, assim como os objetivos específicos que foram identificar
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INTERIORES E ERGONOMIA
hotéis de Ponta Grossa com características arquitetônicas singulares, entender o papel do
design de interiores na hotelaria, compreender a função da ergonomia nos halls de entrada e
analisar os estilos de design de interiores, visto que cada hotel analisado possui características
singulares, tanto na arquitetura interior quanto na forma que trabalham, assim como o papel
do designer de interiores e a função da ergonomia foram compreendidos entendendo a
importância na elaboração de um espaço hospitaleiro para o hóspede.
Assim, os resultados da presente pesquisa indicaram que os hotéis analisados possuem
características singulares podendo ser identificado o estilo do interior e estão em sua maioria
dentro dos conceitos de ergonomia.
Em pesquisas futuras podem ser feitas análises de diversos empreendimentos
hoteleiros com aplicação de um questionário para os turistas, buscando compreender como a
arquitetura interior de um hall de entrada de hotel afeta a percepção do hóspede em seu
primeiro contato com a infraestrutura física do hotel.
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