Da dificuldade da autorepresentação feminina: uma leitura de A Outra, de Woody Allen e de Amor, de Clarice Lispector
Palavras-chave:
autorepresentação, feminino, mãe, filha, mulherResumo
A partir dos anos 60, os estudos feministas têm se dedicado, principalmente, a desmascarar os mecanismos sociais que estabelecem e atribuem essências aos sujeitos em função de seu sexo biológico. Essas essências implicam naturalizações (relativas à condição de homens ou mulheres) que dificultam o encontro dos indivíduos com seu ser autêntico e individual, ao demarcar rigidamente, para eles, uma série de papéis e funções sociais a serem desempenhadas para o perfeito funcionamento da máquina social, constituindo-se, assim, em mais uma contribuição para a reificação dos mesmos. Ora, o presente ensaio, partindo de um ensaio fundamental de Teresa de Lauretis na matéria e utilizando também outras contribuições críticas, pretende realizar uma leitura atenta de duas obras primas de nossa cultura que, embora muito diferentes (ora por sua origem, ora pelo meio artístico de que se servem), procuram colocar um questionamento e sensibilizar o leitor/ espectador quanto à difícil tarefa da autorepresentação para o sujeito feminino, especificamente. Trata-se do conto Amor, de Clarice Lispector (1960) e do filme A outra, de Woody Allen (1988). De fato, após uma cuidadosa leitura, descobrimos – sem espanto – que ambas as obras, embora extremamente perspicazes e complementares – pois apontam em sentidos opostos –, não conduzem a uma solução do dilema, porém deixam em aberto a possibilidade de uma mudança embora a mesma possa ocorrer apenas lenta e gradualmente.
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